ATIVIDADE CONSOLIDADA DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012

Contas não auditadas

18-2-2013 — /europawire.eu/ — O Grupo Caixa Geral de Depósitos prossegue a sua política de financiamento da economia Portuguesa num quadro de reforçada solidez financeira e progressiva melhoria de liquidez, sustentada sobretudo no aumento continuado da captação de poupanças.

  1. O Resultado Bruto de Exploração do Grupo aumentou 6,5% em 2012 atingindo 1 212,1 milhões de euros, em resultado de um ligeiro crescimento (+0,6%) do Produto da Atividade Bancária e Seguradora, que atingiu no ano 2 930,2 milhões de euros, conjugado com a continuação da quebra dosCustos Operativos, que registaram de novo uma taxa de variação negativa de 3,2%.
  2. A Margem Financeira Alargada registou uma redução de 20,2% face ao ano anterior, traduzindo a persistente e acentuada descida das taxas Euribor bem como a evolução adversa dos Rendimentos de Instrumentos de Capital decorrentes dos efeitos do processo de desalavancagem.
  3. A Margem Complementar cresceu de forma significativa atingindo 954,4 milhões de euros (+56,1% do que em 2011) graças ao muito favorável desempenho dos Resultados de Operações Financeiras, que ascenderam em dezembro a 357,1 milhões de euros (que compara com um valor negativo de 24,8 milhões em 2011).
  4. A Imparidade do Crédito Líquida de Reversões, atingiu os 1 008,6 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 22,1% face a dezembro de 2011, refletindo as persistentes dificuldades do quadro económico português. Adicionalmente a Caixa registou ainda um valor de 537,9 milhões de euros de Provisões e Imparidade de Outros Ativos (Líquida).

    O expressivo reforço das Imparidades de Crédito, registadas como custo do exercício, decorre de uma política prudente de provisionamento assumida num contexto de acentuada quebra da atividade económica, continuando a penalizar o Resultado Consolidado do Grupo que apresentou um valor negativo de 394,7 milhões de euros (o que representa uma melhoria de 93,7 milhões de euros face ao valor registado em 2011). O Resultado Antes de Impostos e de Interesses Minoritários foi de -357,0 milhões de euros, o que corresponde uma variação positiva de 188,1 milhões face a 2011.

  5. Os Custos Operativos da atividade bancária doméstica continuaram a decrescer (-9,6%), em larga medida em resultado da evolução dos custos com pessoal, que voltaram a reduzir-se desta feita em 12,7%. A Caixa prosseguiu assim uma política de racionalização operacional e aumento de eficiência visível numa evolução favorável dos respetivos indicadores, designadamente o Cost-to-Income do Grupo, que apesar da redução dos proveitos decresceu de 60,8% em dezembro de 2011 para 58,6%.
  6. Os Capitais Próprios do Grupo aumentaram 1 987,0 milhões de euros (+37,3%) atingindo 7 310,9 milhões no final de 2012, não obstante o Resultado Líquido ter sido negativo. Para este crescimento contribuiu o aumento do capital social em 750 milhões de euros, ocorrido no âmbito do Plano de Recapitalização da CGD em junho último, e, de forma muito significativa, a recuperação observada nas Reservas de Justo Valor que aumentaram 1 910,2 milhões. No âmbito do referido Plano foram também emitidos 900 milhões de euros de instrumentos de dívida subordinada convertível, elegíveis para fundos próprios Core Tier 1.
  7. O rácio de capital total atingiu em 2012 os 13,6% e o Rácio Core Tier 1 em base consolidada e incluindo os resultados retidos, 11,6% (9,5% em dezembro de 2011), de acordo com o normativo do Banco de Portugal. Nos termos da European Banking Authority (EBA), este rácio situou-se em 9,5% em 2012.

    O Grupo apresenta assim uma robusta situação de solvência com os respetivos indicadores acima das exigências regulamentares em matéria de fundos próprios.

  8. O Ativo Líquido do Grupo CGD totalizou 116,9 mil milhões de euros no final de dezembro de 2012, valor inferior em 3,1% ao do final de 2011. Para esta evolução contribuíram nomeadamente reduções das Aplicações em Instituições de Crédito, Disponibilidades em Bancos Centrais e Crédito a Clientes.
  9. O Crédito a Clientes atingiu 74,7 mil milhões de euros no final do ano, menos 4,5% do que o valor registado um ano antes, refletindo o contexto recessivo da economia portuguesa e um subsequente ajustamento do padrão de gestão de algumas empresas. Foram captados, no entanto no ano, 2079 novos clientes no âmbito do modelo de serviço Caixa Empresas, tendo o volume de negócios neste segmento aumentado 64,9 milhões de euros.

    A quota de mercado no crédito a empresas da Caixa era, no final de novembro, de 17,2%, o que significou um reforço de 0,8 p.p. face a dezembro de 2011. Refira-se que nos últimos três anos, a referida quota apresentou um aumento de cerca de 2 p.p.

    A aposta da CGD na promoção das boas PMEs permitiu atingir em 2012 o 2º lugar nas PME Excelência, tendo sido o único banco do TOP 4 a ter uma evolução positiva, mantendo em paralelo o 2º lugar nas PME Líder.

  10. Os Depósitos de Clientes atingiram 65,5 mil milhões de euros, crescendo 1 515 milhões (+2,4%) no ano. Os depósitos dos Particulares cresceram em Portugal 2,2%, quase mais mil milhões de euros do que em 2011, variação que se afigura particularmente significativa na presente envolvente económica e social e apenas possível devido à confiança e segurança que a extensa e estável base de clientes da Caixa continua a conferir ao seu banco.
  11. O Rácio de Transformação medido pelo peso do Crédito Líquido nos Depósitos de Clientes situou-se em 114,0%, valor inferior ao limite máximo indicativo de 120% estabelecido para os bancos portugueses para 2014 no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira. Esta evolução, num contexto de solidez reforçada, alarga o espaço de atuação do Grupo na promoção da atividade económica em Portugal.
  12. Num contexto de melhoria gradual da perceção do risco Caixa por parte dos investidores, a CGD regressou em Novembro aos mercados de capitais internacionais através de uma bem sucedida emissão de 500 milhões de euros de dívida sénior não garantida a 3 anos e cupão de 5,625% a qual manteve um bom desempenho no mercado secundário.

    Já em Janeiro 2013 a Caixa retornou ao mercado, desta feita com uma emissão de 750 milhões de euros de Obrigações hipotecárias a 5 anos e cupão fixo de 3,75%. Ao lançar esta operação, que beneficiou de forte recetividade expressa numa procura que ultrapassou cinco vezes o montante alocado, com a participação de cerca de 200 investidores, 90% dos quais estrangeiros, a Caixa reabriu para os emitentes portugueses o mercado das Covered Bonds, o qual, até 2010, representou uma importante fonte de financiamento de médio e longo prazo.

  13. O recurso a financiamento do BCE continuou a reduzir-se, passando de 9 000 para 6 950 milhões de euros, respetivamente no final de 2011 e de 2012. A melhoria gradual da situação de liquidez, associada a um esforço continuado de promoção do aforro, bem como a uma política ativa de gestão do balanço e um recurso crescente a fontes alternativas de financiamento, deverá permitir que o acesso ao BCE venha a ter desejavelmente menor importância na estrutura de recursos do Grupo. Ainda assim, a pool de ativos elegíveis não utilizados terminou o ano em 9 755 milhões de euros, quase duplicando relativamente ao valor de 5 391 milhões disponível em dezembro de 2011.
  14. A conjuntura económica recessiva continuou a penalizar de forma notória a qualidade do crédito, tendo o Rácio de Crédito Vencido a mais de 90 dias atingido 5,3%, situando-se o grau de cobertura do referido crédito em 100,6%. Em consonância, o Rácio de Crédito em Risco passou de 6,9% no final de 2011 para 9,4%.

    Num contexto em que se antecipa que o mau desempenho do crédito persista no futuro próximo, a CGD tem vindo a materializar uma nova abordagem ao negócio de empresas e setores que na atual conjuntura se encontram em situação de maior vulnerabilidade e risco. Para tal os clientes empresa CGD dispõem agora de um órgão de estrutura especificamente dedicado a este segmento, a Direção de Acompanhamento de Empresas (DAE).

  15. A Margem Técnica da Atividade Seguradora aumentou 9,2%, atingindo um valor de 513,1 milhões de euros em 2012. A Caixa Seguros e Saúde, SGPS manteve a liderança no mercado segurador nacional, mantendo, de forma destacada, o lugar de topo, com uma quota de mercado global de 29,3%.
  16. A atividade internacional continua a constituir importante vetor estratégico do Grupo tendo o negócio das operações situadas em economias em expansão registado um favorável desempenho, visível por exemplo em Macau, Moçambique, Angola, África do Sul e Brasil. Para tal, contribuiu a dinamização de negócio cruzado entre estas geografias, desempenhando a rede doméstica importante papel de pivot.

    O contributo das filiais em África, Ásia e Brasil para o resultado consolidado em 2012 atingiu 82,5 milhões de euros, o que representa um crescimento de 42,7% face a 2011.

    Não considerando o mercado espanhol, que, estrategicamente é parte integrante do mercado doméstico do Grupo, o resultado da atividade internacional foi positivo, 99,4 milhões de euros, apresentando um crescimento de 13,7% face ao ano anterior.

    Esta evolução não foi contudo suficiente para compensar totalmente os resultados desfavoráveis de algumas operações europeias afetados pelo aumento das imparidades, especialmente em Espanha, cujo resultado em 2012 foi também penalizado por custos não recorrentes do processo em curso de reestruturação do modelo de negócio naquele país.

    Neste enquadramento, o contributo da atividade internacional para o Resultado Líquido de 2012 foi negativo de 41,7 milhões de euros.

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